domingo, 17 de julho de 2011

Reflexão... virtualizamos tudo!

Pensemos em revoluções.
Lembro-me ainda hoje das aulas de Geografia Política dadas pela D. Meire. Um dos assuntos preferidos dela eram as revoluções. As mudanças pelas quais o planeta tem passado, enfim, me lembro das aulas sobre a Revolução Industrial nas quais eu me perdia a imaginar os cenários austeros do Velho Mundo tão bem retratados nos filmes.
Recordo-me também do termo “ondas”. Era como nos referíamos às grandes revoluções. Naquele momento – no final da década 90 – falávamos muito no inicio da Terceira Grande Onda, a Revolução Tecnológica, que para mim era algo distante, utópico, coisas que me arremetiam às séries assistidas em minha infância, como Star Trek, Perdidos no Espaço.
A tal Globalização estava ainda no inicio. Para muitos era um cenário assustadoramente novo que se formava.
Contudo os televisores ainda eram os aparelhos mais populares. Eu ainda escrevia cartas datilografadas. Era chic ter uma Olivetti portátil.... aquela pequena, porém pesada maleta verde...
Ainda  não se falava em ”buling”, mas eu já havia sentido na pele. O uso das muletas e a voz “diferente” não haviam passado despercebidos no quinto ano do colégio.
Acessibilidade e inclusão ainda não eram moda. Afinal, Aline Moraes nem sonhava em Viver a Vida. Já eu, se quisesse assistir as aulas e terminar o Colegial, tinha de encarar dois lances de escada, e acreditem: era muito divertido. Os amigos se revezavam e eu os tive por perto até o dia da formatura.
Hoje a Revolução Tecnológica é uma realidade palpável com as redes sociais e a Globalização o mundo tornou-se uma pequena aldeia. Dispositivos portáteis nos acompanham diariamente, nos informando, interligando a vida das pessoas independentemente de classe sociais.
De certa forma, as pessoas se aproximaram, barreiras socioeconômicas e intercontinentais deixaram de ser intransponíveis. No entanto a solidão é um mal de nosso tempo...
O buling, presente nos noticiários e também no mundo digital, está virando caso de policia,
Nesse mundo onde a velocidade de conexão se confunde com a velocidade do tempo, virtualizamos tudo: as amizades, os sentimentos, as conquistas. Tornamo-nos reféns passivos de um mundo sem fronteiras. 

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