domingo, 25 de dezembro de 2011

Expectativas Profissionais Inclusivas


Há quase um ano formada em Sistemas de Informação, minhas expectativas profissionais vinham se afunilando.
Percebo que na maioria das vezes a proposta é que eu me adéqüe às funções e às instituições. Os movimentos inclusivos parecem privilegiar uma minoria da qual sinto não fazer parte. 
A dificuldade na fala e na escrita nunca me impediram de concretizar sonhos...  Hoje, estou admitida numa multinacional tenho – aos 36 anos – a primeira oportunidade de trabalhar na área na qual escolhi. Uma área na qual se abre um imenso leque de possibilidades, como a de T.I., presente hoje em todos os segmentos.
Me surpreendi com a maneira com que fui recebida na empresa, as iniciativas simples, que fizeram com que eu me sentisse a vontade no desempenho de minhas funções. O acolhimento, a preocupação de oferecer um ambiente acessível, comum à todos fazem com que as diferenças se tornem mínimas, imperceptíveis.
A perspectiva de desenvolver um trabalho com seriedade e competência era constantemente barrada por um exame médico ou um entrevistador despreparado –, pelo menos no que se diz respeito à pessoa com deficiência. Em momentos como esse o que menos importava era capacidade.
Construir uma carreira vitoriosa, ascendente, satisfatória é o objetivo de qualquer profissional, objetivo este não muda que não muda mesmo que eu use rodas ou me comunique através de sinais, construir um futuro digno superando limitações, obstáculos criados por mentes retrógadas, não podem impedir meu vôo. 
Expectativas mudam... Sonhos se transformam...
Eu quero crer que Inclusão não é mais que uma palavra usada por políticos, em seus longos discursos. Que ações inclusivas devem ser estendidas a todos e não apenas a uma minoria.
Quero crer que sou capaz de exercer funções de maneira competente, que posso aprimorar meus conhecimentos e vencer, não só os meus limites, mas também a visão limitada dos que me julgam incapaz.
Independente delas, sigo meu vôo, planando por terras desconhecidas, desbravando, conquistando, vencendo. Fechando o ano de 2011 com chave de ouro, Graças à Deus.

Acessibilidade – Questão de Inteligência



Independente de classe social, cor, religião, um fato é inegável: mulher adora fazer compras (inclusive eu, que uso rodas), e estar à vontade em uma loja pode fazer toda diferença.  No caso de lojas de roupas alguns detalhes são fundamentais, como provadores adaptados, com barras de apoio, corredores largos e rampas. Detalhes que, além de fazer com que eu fique mais a vontade, certamente fará com que eu me torne cliente do estabelecimento e ainda o indique. Porém na maioria das vezes, as coisas não transcorrem dessa forma.
Muitas lojas de departamentos, por exemplo, dispõe seus produtos nos corredores de maneira que mal cabem suas pessoas, que dirá uma cadeira-de-rodas. Dificultando a locomoção no interior do estabelecimento, os lojistas também acabam perdendo clientes em potencial.
A inacessibilidade começa muitas vezes do lado de fora das lojas: nas calçadas inadequadas, sem rebaixamento, com desníveis assustadores.
A conscientização de que pessoas com deficiência representam uma fatia de mercado de mais de 15% da população brasileira (cerca de 28 milhões de pessoas) é uma forma inteligente de atrair uma parte da população que, se bem atendida, pode representar lucratividade certa.
Investir em acessibilidade, na adaptação de todo o comércio é uma oportunidade para conquistar clientes. Grande parte desse público é economicamente ativa, independente, consome e contribui para movimentar a economia. Motivo pelo qual é necessária a atenção do lojista, no sentido do comércio varejista executar simples adaptações para melhorar a acessibilidade e mobilidade nos estabelecimentos
Concluindo: o investimento em acessibilidade não é de responsabilidade apenas do poder público e além de ser uma questão de justiça social também trata-se de estratégia de negócio
Procedimentos dessa natureza viabilizam uma vida mais confortável, independente e lucratividade certa.
Garantir a acessibilidade no comércio abrange muito mais coisas do que o espaço é acessível com rampas é preciso que o local efetivamente adequado, conforme as normas. Tudo normalizado – as inclinações, altura de corrimãos, instalação de mobiliários, tipo adequado de piso
No entanto existem tipos de deficiência que exigem outros tipos de adaptações. Deficientes auditivos, por exemplo, seriam muito bem atendidas se o comércio disponibilizasse um intérprete de LIBRAS – Linguagem Brasileira de Sinais – coisa que é garantido por lei nos estabelecimentos públicos
Deficientes visuais, no entanto, possuem necessidades distintas, como piso “podotátil”, com texturas e relevos diferenciados, elevadores com sintetizador de voz, indicadores em braile nas botoeiras dos elevadores e nas portas das salas e dos banheiros, portas automáticas dotadas de sensores, as quais se abrem mediante aproximação, facilitando o tráfego dessas pessoas.
Enfim, seja qual for a deficiência, o comerciante que investir em acessibilidade pode abocanhar um público de cerca de 28 milhões de pessoas que corresponde a 15% da população brasileira. Parcela significativa da população, pessoas que consomem e precisam ter as suas necessidades atendidas
Medidas simples, de fundamental importância para o acesso às compras, como alteração da disposição de produtos nas gôndolas, carrinhos adaptados, corredores mais amplos, vagas demarcadas para pessoas com deficiência física, demonstram respeito para com o cliente e inteligência do comerciante, que terá o retorno desse investimento.